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Resposta com a questão da velha a esperar

''Na frase: Esperou. Os meses foram passando. A velha senhora às vezes sentava. É correto falar que a Esperar indica uma ação de passado, dentro de um espaço de tempo determinado?'' RESPOSTINHA  Achei a sua pergunta meio confusa. O professor - aí embaixo-  explicou de modo bacana, ele é muito bom.  Mas me diga exato como seria a sua construção, usando o ‘ a esperar ’.   Onde, nesse excerto, você quereria ter colocado ‘ a esperar’? No começo? Não faria sentido algum. Ou melhor, ficaria estranho à beça. A não ser que a construção proviesse de um autor mais   ' quebrador' de paradigmas sintáticos, um guimarães rosa. ‘ ’A esperar. Os meses foram passando. A velha senhora às vezes sentava’’. Vou arrumar essa estrutura dum jeito legal. Veja se curte. Os meses foram passando. A velha senhora, às vezes, sentava   a  esperar. Perceba que, se nesse trecho da narrativa, TUDO estiver no passado, o ‘a esperar’ será um 'rabicho do passado

BOA FUVEST A TODOS. LEITURA LEVINHA DA HORA. OFICINA IRRITADA, DO QUERIDO DRUMMOND

Leitura levinha mesmo..Mas leia se achar que deve. A Fuvest é daqui a pouco.  Oficina Irritada Eu quero compor um soneto duro como poeta algum ousara escrever. Eu quero pintar um soneto escuro, seco, abafado, difícil de ler. Quero que meu soneto, no futuro, não desperte em ninguém nenhum prazer. E que, no seu maligno ar imaturo, ao mesmo tempo saiba ser, não ser. Esse meu verbo antipático e impuro há de pungir, há de fazer sofrer, tendão de Vênus sob o pedicuro. Ninguém o lembrará: tiro no muro, cão mijando no caos, enquanto Arcturo, claro enigma, se deixa surpreender. Carlos Drummond de Andrade COMPREENSÕES LEVÍSSIMAS. LEIA COM CALMA. VAI QUE CAI? ·        Reflexão   da qual extraio um filete: o que é um poeta, um poema, melhor dizendo, frente às estrelas altivas?Frente à grandeza do universo? ·          Mais? Leia se estiverem descansados. ·        DECASSÍLABOS ( a estética não é mais gratuita e livre, o eu lírico arma um construto bem clássi

Fuvestianas, leituras velozes para quem ainda aguenta. Ode ao burguês

Ode ao Burguês Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! Eu insulto as aristocracias cautelosas! os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! que vivem dentro de muros sem pulos, e gemem sangues de alguns mil-réis fracos para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam os “Printemps” com as unhas! Eu insulto o burguês-funesto! O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições! Fora os que algarismam os amanhãs! Olha a vida dos nossos setembros! Fará Sol? Choverá? Arlequinal! Mas à chuva dos rosais o êxtase fará sempre Sol! (...) Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma! Oh! purée de batatas morais! Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! Ódio aos temperamentos regulares! Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia! Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!

FUVESTIANAS, LEITURAS VELOZES. VERÍSSIMO.

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem. - Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo. - Eu estava com medo desta operação... - Por quê? Não havia risco nenhum. - Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos... E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês. - E o meu nome? Outro engano. - Seu nome não é Lírio? - Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e... Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguir

FUVESTIANAS TREINAMENTO DE LEITURA VELOZ PEGANDO A ESSÊNCIA DO TEXTO

FUVESTIANAS TREINAMENTO DE LEITURA VELOZ PEGANDO A ESSÊNCIA DO TEXTO Se o homem não for capaz de organizar a economia mundial de forma a satisfazer as necessidades de uma humanidade que está a morrer de fome e de tudo, que humanidade é esta? Nós, que enchemos a boca com a palavra humanidade, acho que ainda não chegamos a isso, não somos seres humanos. Talvez cheguemos um dia a sê-lo, mas não somos, falta-nos mesmo muito. Temos aí o espetáculo do mundo e é uma coisa arrepiante. Vivemos ao lado de tudo o que é negativo como se não tivesse qualquer importância, a banalização do horror, a banalização da violência, da morte, sobretudo se for a morte dos outros, claro. Tanto nos faz que esteja a morrer gente em Sarajevo, e também não devemos falar desta cidade, porque o mundo é um imenso Sarajevo. E enquanto a consciência das pessoas não despertar isto continuará igual. Porque muito do que se faz, faz-se para nos manter a todos na abulia, na carência de vontade, para diminuir a

A INGAIA CIÊNCIA, CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

A INGAIA CIÊNCIA, CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE A madureza, essa terrível prenda que alguém nos dá, raptando-nos, com ela, todo sabor gratuito de oferenda sob a glacialidade de uma estrela, a madureza vê, posto que a venda interrompa a surpresa da janela, o círculo vazio, onde se estenda, e que o mundo converte numa cela. A madureza sabe o preço exato dos amores, dos ócios, dos quebrantos, e nada pode contra sua ciência e nem contra si mesma. O agudo olfato, o agudo olhar, a mão, livre de encantos, se destroem no sonho da existência. Petrúcio – Rose, por que podemos dizer que o poeta vê a madureza como um presente terrível? Rose – O poeta evidencia que o presente é gratuito, qualquer presente é um gesto gratuito mas quando alguém dá como presente o começo da velhice, o presente não é tão bacana. Porque esse é um presente forçado, obrigatório.   Falta o gesto dadivoso nessa prenda ( presente). Até porque o presente ( estrela) vem glacial, ou s