Meu precioso diário
Está conseguindo levar a terça? Há dias difíceis, não?
Você desanima? Eu sim, mas gosto de me esforçar para nunca ficar triste e parada. Gosto de ser produtiva, de sempre estar alerta para aprender o que puder. Porque, quando a tristeza é grande, a gente tomba numa poltrona e chora - ou dorme.
E os vestibulandos? Sei dos dias custosos deles. Há tempo participo de suas vidas. Hoje, tantos já são profissionais. A maioria, médicos! Ser médico é um sonho.
Que sonho é o seu, Diário?
Vamos trabalhar?
Que tal contar a história de Renata?
* * *
Parecia feliz no seu primeiro dia de aula comigo. Veio, por ter ouvido falar das aulas, sabia que eu podia ser útil a ela, dar mais um reforço nas redações.
Quer medicina! Parece que é seu segundo ano de vestibular. Você sabe, Diário, que os que tentam medicina pagam um preço alto. Dias sem diversão; nervosismo; o maldito medo de não passar.
Vejo tudo isso em Renata. Assim como vejo nela a grande força que não hesita em pular dias e dias sobre as apostilas. Moça corajosa como corajosos precisam ser os médicos.
Oriental, como a grande maioria dos meus alunos particulares. Aliás, eu não teria me tornado professora particular durante mais de trinta anos - e autônoma - não fossem os orientais. São quem mais me prestigiou e prestigia.
* * *
Tocou a campainha. A maldita Net diz que pedi um serviço. Não pedi nada. Que bagunça é esta empresa!
* * *
Agora vamos à proposta. O tema é a Escola sem Partido. Do Uol.
Se estiver lendo, aproveite e leia, aqui...https://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/propostas/escola-no-brasil-com-partido-ou-sem-partido.htm
O texto da Renata ficou bom. Mas apresenta um probleminha. Vou assinalar no meio da correção.
Perceba que o texto dela é denso, o vocabulário é correto, sem exagero. Quer um conselho? Nunca se meta a escrever palavras complicadas, que não fazem parte do seu vocabulário pois o texto perde naturalidade. Sem gírias, não é?
A proposta pede que se analise a escola que não aceita que um professor adote uma postura ideológica, quer que seja neutro tão neutro quanto uma folha de caderno bem branca e pura?
Você acha que há essa neutralidade num ser humano? É bom que haja? Será que o professor terá tempo de oferecer as várias ideologias? Vamos pensar na escola pública em que os mestres mal têm tempo de lanchar entre uma aula e outra... É difícil querer essa tal falta de posicionamento no modo de compreender fatos, ideias...
Ah! Antes vou contar um pouco da minha história.
* * *
Aos dezenove anos entrei no Etapa que ficava na rua da Consolação. Que lugar transado de professores jovens e idealistas! Davam aula de arte sem que isso fosse pedido no vestibular!
Mas havia um professor de história, Evaldo de Mello Doin. Ele mudou minha vida. Depois das aulas dele virei socialista meio fanática. Mas pude analisar o quanto minha família era patriarcal, preconceituosa e até 'escravocrata". Fiquei maluquinha e confusa. Mas segui rumo aos barracões das ciências sociais.
Deixei a psicologia e fui fazer ciências sociais deixando meus pais furiosos comigo.
Mas foi o que melhor poderia ter-me acontecido. Outra hora conto... senão perco o sentido do post que é corrigir a redação da moça.
Parabéns pelo texto, organize melhor o que assinalei. Depois, mande de volta a correção.
Dou-lhe nota sete por ter feito uma boa e clara argumentação.
Mas é preciso entender bem o que é a tal Escola sem Partido para não confundir-se na argumentação. Creio que o que a sua truncagem talvez passasse despercebida por um corretor mais aéreo, quero dizer, dispersivo. Ele ficaria encantando com o resto!
Vamos nos lembrar que, graças aos céus, é um ser humano que faz a correção. Mas, porque é um um ser humano, ele pode perceber essa sua pequena confusão, assim como eu percebi, não é?
Está conseguindo levar a terça? Há dias difíceis, não?
Você desanima? Eu sim, mas gosto de me esforçar para nunca ficar triste e parada. Gosto de ser produtiva, de sempre estar alerta para aprender o que puder. Porque, quando a tristeza é grande, a gente tomba numa poltrona e chora - ou dorme.
E os vestibulandos? Sei dos dias custosos deles. Há tempo participo de suas vidas. Hoje, tantos já são profissionais. A maioria, médicos! Ser médico é um sonho.
Que sonho é o seu, Diário?
Vamos trabalhar?
Que tal contar a história de Renata?
* * *
Parecia feliz no seu primeiro dia de aula comigo. Veio, por ter ouvido falar das aulas, sabia que eu podia ser útil a ela, dar mais um reforço nas redações.
Quer medicina! Parece que é seu segundo ano de vestibular. Você sabe, Diário, que os que tentam medicina pagam um preço alto. Dias sem diversão; nervosismo; o maldito medo de não passar.
Vejo tudo isso em Renata. Assim como vejo nela a grande força que não hesita em pular dias e dias sobre as apostilas. Moça corajosa como corajosos precisam ser os médicos.
Oriental, como a grande maioria dos meus alunos particulares. Aliás, eu não teria me tornado professora particular durante mais de trinta anos - e autônoma - não fossem os orientais. São quem mais me prestigiou e prestigia.
* * *
Tocou a campainha. A maldita Net diz que pedi um serviço. Não pedi nada. Que bagunça é esta empresa!
* * *
Agora vamos à proposta. O tema é a Escola sem Partido. Do Uol.
Se estiver lendo, aproveite e leia, aqui...https://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/propostas/escola-no-brasil-com-partido-ou-sem-partido.htm
O texto da Renata ficou bom. Mas apresenta um probleminha. Vou assinalar no meio da correção.
Perceba que o texto dela é denso, o vocabulário é correto, sem exagero. Quer um conselho? Nunca se meta a escrever palavras complicadas, que não fazem parte do seu vocabulário pois o texto perde naturalidade. Sem gírias, não é?
A proposta pede que se analise a escola que não aceita que um professor adote uma postura ideológica, quer que seja neutro tão neutro quanto uma folha de caderno bem branca e pura?
Você acha que há essa neutralidade num ser humano? É bom que haja? Será que o professor terá tempo de oferecer as várias ideologias? Vamos pensar na escola pública em que os mestres mal têm tempo de lanchar entre uma aula e outra... É difícil querer essa tal falta de posicionamento no modo de compreender fatos, ideias...
Ah! Antes vou contar um pouco da minha história.
* * *
Aos dezenove anos entrei no Etapa que ficava na rua da Consolação. Que lugar transado de professores jovens e idealistas! Davam aula de arte sem que isso fosse pedido no vestibular!
Mas havia um professor de história, Evaldo de Mello Doin. Ele mudou minha vida. Depois das aulas dele virei socialista meio fanática. Mas pude analisar o quanto minha família era patriarcal, preconceituosa e até 'escravocrata". Fiquei maluquinha e confusa. Mas segui rumo aos barracões das ciências sociais.
Deixei a psicologia e fui fazer ciências sociais deixando meus pais furiosos comigo.
Mas foi o que melhor poderia ter-me acontecido. Outra hora conto... senão perco o sentido do post que é corrigir a redação da moça.
Microcosmo
brasileiro
Achei o título muito vago. Busque ser mais direta e simples. Não
crie títulos muito loucos e rocambolescos que perde a direção.
Parabéns pelo texto, organize melhor o que assinalei. Depois, mande de volta a correção.
Dou-lhe nota sete por ter feito uma boa e clara argumentação.
Mas é preciso entender bem o que é a tal Escola sem Partido para não confundir-se na argumentação. Creio que o que a sua truncagem talvez passasse despercebida por um corretor mais aéreo, quero dizer, dispersivo. Ele ficaria encantando com o resto!
Vamos nos lembrar que, graças aos céus, é um ser humano que faz a correção. Mas, porque é um um ser humano, ele pode perceber essa sua pequena confusão, assim como eu percebi, não é?
A atual crise política brasileira cria um cenário
favorável para protestos contra o governo, muitos dos quais são organizados por
jovens. Do ponto de vista conservador, essa maior atuação dos jovens, que
questionam certos pensamentos vigentes, é resultado de uma doutrinação
ideológica dos professores. Para combater essa situação, a proposta Escola Sem
Partido objetiva limitar aquilo que será dito e discutido durante as
aulas. No
entanto, deve-se
considerar que, por ser um microcosmo da realidade
plural, a escola deve garantir a diversidade de pensamento, criando um ambiente
inclusivo que estimule o debate. Assim, esse projeto de lei ( de que projeto de lei está falando?
Vale mencioná-lo. Saiba que é o
projeto de lei número 867, de 2015, de autoria do deputado Izalci) prejudica o papel
social do ensino que consiste no desenvolvimento do senso crítico do aluno,
elemento formador da identidade do cidadão. Gostei da introdução, Renata!
Veja que a tese aparece nítida, o que é bom. Não se é obrigado a colocar a
tese na introdução, mas, se isso acontece, tudo fica mais fácil. Agora, é
seguir em frente, argumentando e tentando provar por A mais B o que você
pretende. Parabéns!
A formação identitária dos
alunos é produto da participação de diferentes agentes que pertencem ao seu
contexto diário: a família, a escola e as mídias. Desse modo, essa variedade de
fontes de informação e valores morais é responsável por desenvolver uma personalidade
única quanto à maneira de pensar. Entretanto, a obrigatoriedade de uma postura
imparcial no ambiente escolar, objetivada pelo projeto de lei ( Repare, Renata, que você não
havia falado no projeto de lei, teria sido fundamental que tivesse feito isso,
para agora poder mencionar o tal projeto!), se contrapõe contrapõe-se ao direito de liberdade de
consciência e de expressão.
Nesse sentido,
boa coesão! a proposta do programa Escola Sem Partido poderá desconstruir
as bases da educação escolar que consiste em desenvolver o senso crítico dos
alunos. A partir das
diferentes análises e
interpretações sobre a realidade brasileira oferecidas pelos professores, estimula-se
o conflito de ideias na sala de aula, responsável por desenvolver
a capacidade de refletir, questionar e argumentar. Repare o trecho pintado em
amarelo. Você revela que é pela assimilação
das diferentes análises e interpretações que se estimula o debate. Renata! O Escola sem Partido
quer isso! Que os professores exponham várias ideologias e não apenas
a sua. Então, perceba que você parece favorável à tal escola. Os professores estão sendo
criticados porque, geralmente, têm uma formação marxista. Muitos pais estão furiosos, pois querem que esse
posicionamento não seja ministrado! Querem que o professor refira-se a várias maneiras de compreender um
fato histórico, por exemplo. Estão criticando o fato de o mestre apenas se
posicionar de acordo com as suas convicções. Entendeu? Oferecer várias visões é o que a tal Escola quer! Por isso, digo
que esse trecho ficou meio truncadinho. Vamos refazer isso? Entendeu agora?
Meu professor do cursinho ‘fez minha cabeça’ porque achava que eu tinha boa
capacidade para desenvolver-me dentro do marxismo. Ele me dizia que a psicologia era coisa de burguês! Será
que ele me prejudicou? Será que o tempo em que fui perseguida por minhas lutas
políticas na universidade teria sido isso culpa do professor? Você crê que eu – ou qualquer aluno- possa, depois de assimilar as ideias
de um professor, criar um arcabouço único de ideias? Ele poderá desenvolver-se
intelectualmente com outras fontes que não a da escola? A família pesa na formação de alguém? Ou se está nas mãos de um professor por que se é jovem?
Se você crê que sim, aí você é contra o projeto da Escola sem Partido! Mas percebo que você não é contra! Assim, se o projeto de lei for aprovado, isso poderá representar o fim dos debates, prejudicando a formação da identidade dos jovens. (Renata, está ótima a argumentação, mas reflita sobre meus apontamentos e tente transformar esse trecho de modo a ficar mais coerente).
A pluralidade é a marca da sociedade brasileira, por isso, o ambiente escolar deve ser inclusivo de modo a garantir liberdade de consciências e de expressão. Porém, por exigir uma postura imparcial do professor, a proposta Escola Sem Partido limita a atuação deledo professor como
um dos agentes formadores da capacidade crítica dos estudantes. Caso seja
aprovado, as proibições poderão prejudicar a formação identitária dos alunos. Gostei da conclusão!
Se você crê que sim, aí você é contra o projeto da Escola sem Partido! Mas percebo que você não é contra! Assim, se o projeto de lei for aprovado, isso poderá representar o fim dos debates, prejudicando a formação da identidade dos jovens. (Renata, está ótima a argumentação, mas reflita sobre meus apontamentos e tente transformar esse trecho de modo a ficar mais coerente).
A pluralidade é a marca da sociedade brasileira, por isso, o ambiente escolar deve ser inclusivo de modo a garantir liberdade de consciências e de expressão. Porém, por exigir uma postura imparcial do professor, a proposta Escola Sem Partido limita a atuação dele
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